O PS será sempre institucional enquanto organiza o partido e as políticas para um novo estádio no poder. Mas a cada acção institucional o preço político será maior até ser verdadeiramente incomportável para o PS e para o PSD – a percepção de um Bloco Central informal só servirá para inflamar o Chega na sua marcha indisfarçável para o poder e para o caos.
A democracia portuguesa está em pânico com a força do Chega suportada pelo voto de um milhão e duzentos mil portugueses de norte a sul. Entre um partido que faz a política do caos e os votos que o consentem há uma certa “cumplicidade vergonhosa”. Eis uma lição que a democracia portuguesa e os portugueses devem aprender.
Sem um núcleo ideológico, sem uma intenção construtiva, o Chega entende os seus cinquenta deputados como a definição de uma “fronteira” entre o “bem” e o “mal”, uma “fronteira” entre os “verdadeiros portugueses” e os “portugueses vendidos”. Daí querer “limpar” o país, daí o discurso da “corrupção”, daí a arrogância agressiva e demagógica que apenas pretende diminuir os inimigos políticos para governar sobre o vazio de um novo país imaginário. Para o Chega a democracia é um erro estatístico. O país do Chega é uma extensão da vontade de Ventura. E a vontade de Ventura nunca será uma vontade democrática.Portugal é um sítio triste com as janelas mal lavadas. E o governo do mundo começa em nós mesmos. Uma frase que os portugueses vão gostar de ouvir quando o Presidente da República rasgar o seu silêncio
(excertos do texto de Carlos Marques de Almeida, ECO)
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