A palavra do Presidente é a assinatura de uma condição social e política que é o retrato de um Portugal que nunca deixou de existir – a Nação dos influentes e o País dos dependentes. (Carlos Marques de Almeida, ECO)
O Presidente está politicamente assombrado pelas gémeas. A declaração pública numa sala branca ao estilo de um espaço liminar revela culpa e cinismo. Sem os símbolos da República, o Presidente pretende ser apenas o cidadão que nunca foi. E assim aproximar-se da normalidade de todos os portugueses. Só que o Presidente dos afectos, da proximidade, das selfies, é apenas a imagem política de um cidadão que sempre esteve ligado à coisa pública. Pois Marcelo nunca foi um português normal porque sempre pertenceu a uma casta acima do português normal. Por ser filho de um dignitário do antigo regime, afilhado de um Presidente do Conselho, a maravilha fatal da universidade e o génio do comentário político. A palavra do Presidente é a assinatura de uma condição social e política que é o retrato de um Portugal que nunca deixou de existir – a Nação dos influentes e o País dos dependentes. (...)
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