terça-feira, 12 de dezembro de 2023

Velhas Árvores


Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores novas, mais amigas:
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...

O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.

Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem:

Na glória da alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!

(Olavo Bilac)

(O sujeito poético parece encontrar na natureza um eco das suas emoções, bem como uma resposta e até uma inspiração. Observando as árvores mais antigas, o eu-lirico afirma que elas são as mais bonitas, porque sobreviveram à passagem do tempo e também a inúmeras adversidades. 
Parece tratar-se de uma metáfora que sujeito utiliza para encarar o envelhecimento e a juventude perdida. Conversando com um amigo, o interlocutor, ele transmite uma mensagem positiva, sobre a paz e a sabedoria que surgem com a idade.

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