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segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Liberdade ...


Partindo de uma liberdade ilimitada chega-se a um despotismo sem limites.
(Fiódor Mikhailovitch Dostoiévski)

Liberdade é um direito, portanto é uma instituição política a ser defendida no contexto social. Não se defende a própria liberdade sem que necessariamente se esteja defendendo a liberdade dos demais. Por coerência, qualquer tentativa de violar os direitos de alguém não tem sustentação no exercício de um direito, como o direito de liberdade, mas exatamente na sua violação.

A liberdade para usarmos de coerção ou força está restrita e subordinada ao legítimo direito de defendermos nossa vida, nossa liberdade e nossa propriedade contra aqueles que tiverem iniciado o uso de violência contra nós. E mesmo assim, em caráter emergencial, pois fora disso, cabe ao governo, sob demanda, interceder para promover uma investigação que leve à identificação e ao julgamento dos fatos e dos protagonistas para restabelecer ou tentar restabelecer a justiça.

A liberdade é tão fundamental para o homem preservar a sua vida e constituir a sua propriedade, como o estabelecimento de propósitos é fundamental para o atingimento da felicidade. ( Roberto Rachewsky)

domingo, 14 de dezembro de 2025

Notícias Ao Fim Da Tarde


Esta É A Frase (269)

Vinte e quatro horas de greve no sector das notícias efectivamente noticiadas - Na aflitiva possibilidade de não se poder noticiar o dia de greve ao longo do dia de greve por causa do dia de greve, era preciso noticiar o dia de greve no dia anterior ao dia de greve.  (José Casanova, Público)

“Estamos mesmo no topo da Europa e do Mundo… É preciso dizer isto. Não é com soberba, nem com euforia… É com tranquilidade.” Foi com esta serena eloquência que o primeiro-ministro explicou porque é que a economia de topo na Europa e no Mundo precisa de alterar urgentemente as regras das relações laborais que a deixaram ser a economia de topo na Europa e no Mundo.

A Personagem Tristeza


A personagem Tristeza é representada pela cor azul, considerada a escolha mais segura para qualquer cultura, pois costuma estar associada a coisas positivas. Apesar disso, no contexto de ‘Divertida Mente’, representa a tristeza, o desânimo, o pessimismo. Na língua inglesa, a palavra blue é utilizada em expressões que indicam tristeza ou desânimo, fazendo com que esta seja a associação mais clara da personagem   Tristeza.Azul também pode transmitir valores como: confiança, verdade, serenidade, intelectualidade, noções de tecnologia, solidão, passividade, sono, tranquilidade, introspecção e maternidade.

O que é Tristeza? Emoção Básica: Considerada uma das emoções humanas universais.

Causas Comuns: Perdas, frustrações, grandes mudanças de vida, ou até sem motivo aparente, sendo uma forma de processar eventos negativos. Sintomas: Pode incluir choro, desejo de ficar sozinho, falta de energia, dores de cabeça/estômago, alterações no sono/apetite, irritabilidade e dificuldade de concentração. Função: Sinaliza que algo está errado, pedindo conforto ou ajuda, e geralmente permite a recuperação e o retorno ao bem-estar.

Quando Procurar Ajuda
Se a tristeza for intensa e durar mais de duas semanas, afetando seu sono, apetite, trabalho ou relacionamentos, é importante procurar apoio, pois pode indicar um quadro de depressão ou outro problema de saúde mental que necessita de tratamento.

sábado, 13 de dezembro de 2025

Notícias Ao Fim Da Tarde

Esta É A Frase (268)

A lei que regula o trabalho em Portugal já enuncia deveres, mas esses deveres raramente entram no cerne da discussão pública.     (Pedro Soeiro Dias, OBSR)

O que me parece claro, contudo, é algo que quase não aparece nas conversas mediáticas: a falta de foco nos deveres do trabalhador e na avaliação do seu desempenho. No actual Código do Trabalho, existem artigos que fixam deveres objectivos do trabalhador — como assiduidade, pontualidade, diligência e cumprimento de ordens, quando legais e compatíveis com o contrato — e também deveres do empregador, como pagar remuneração justa ou assegurar condições de higiene e segurança.

É mais frequente ouvir discussões sobre se um trabalhador deve ter mais protecções contra despedimentos ou sobre aumentos de salário mínimo. É raro, porém, ouvir-se um debate público sobre como medir o contributo efectivo de um trabalhador para a sua empresa, ou como esse contributo deve ser reconhecido — positiva ou negativamente — no quadro das responsabilidades legais e profissionais. Nos contratos e nos próprios debates que se multiplicam nos media e nas conferências, o foco passa quase sempre pelos direitos, e não pelas entregas ou resultados concretos. (...)

Outra realidade que raramente aparece nas análises superficiais é a forma como, no debate público, se assume que apenas o empregador é responsável por equilibrar a relação laboral. Mas se um trabalhador repetidamente não cumpre objectivos, falha prazos, ou cria conflitos internos, qual deveria ser o critério justo para tratar esse caso no quadro legal actual? Não é uma pergunta fácil, mas não podemos fingir que não existe.

Não se trata de diminuir direitos — eles existem por uma razão, muitas vezes para corrigir desequilíbrios históricos e proteger quem está em posição mais fraca. Mas a lei também deveria refletir que o trabalho tem um conteúdo objectivo e medível. Um contrato laboral capaz de reconhecer e clarificar direitos e deveres de ambos os lados, com critérios de avaliação transparentes, não reduz a dignidade do trabalhador; antes, reconhece que a dignidade também está na capacidade de contribuir e de diferenciar quem cumpre efectivamente o seu papel.

Falar de direitos sem falar de deveres é incompleto. (...)

Terapia De Privação Androgénica

Médicos e cientistas concluíram que a terapia de privação androgênica (TPA) contra o câncer de próstata só produz benefícios para o paciente nos primeiros 9 a 12 meses.

Os testes mostraram que estender a terapia além desse período oferece apenas uma proteção adicional residual, mas com um potencial de danos, já que a continuidade além desse período aumenta o risco de outros problemas de saúde, como doenças cardíacas ou metabólicas.

A TPA (terapia de privação androgênica) é um tipo de terapia hormonal normalmente administrada juntamente com a radioterapia para retardar o crescimento do câncer de próstata, e o tratamento faz isto reduzindo os níveis de testosterona. Embora tenha-se mostrado eficaz no controle da doença, a TPA a longo prazo acaba causando efeitos colaterais, incluindo perda óssea, perda muscular e problemas cardiovasculares.

Na verdade, os resultados mostram que a duração ideal da TPA depende do risco de câncer:Pacientes de baixo risco não têm ganhos significativos, podendo dispensar a terapia de privação androgênica.
Pacientes de risco intermediário se beneficiam mais com 6 a 12 meses de TPA.
Pacientes de alto risco podem beneficiar com até 12 meses de TPA, enquanto pacientes de risco muito alto podem necessitar de um tratamento mais prolongado, quando então o risco do câncer sobrepuja o risco dos efeitos colaterais.

O tratamento não deve ser padronizado

As diretrizes de tratamento atuais geralmente recomendam de 4 a 6 meses de TPA para pacientes de risco intermediário e de 18 a 36 meses para pacientes de alto risco, mas a duração ideal ainda não está definida. Este novo estudo mostra que a extensão do tratamento deve ser bem menor, não ultrapassando 12 meses para pacientes de risco intermediário, e só devendo superar esse prazo em pacientes de risco extremamente elevado de morte pelo câncer de próstata.

O que a equipe destaca é que estes resultados destacam a importância de planos de tratamento personalizados para homens com câncer de próstata. Cursos mais curtos de terapia hormonal podem ser suficientes para muitos pacientes, reduzindo os efeitos colaterais e mantendo a eficácia. Os médicos agora podem usar fatores específicos do paciente, incluindo risco de câncer, saúde geral, idade e preferências, para tomar decisões mais informadas sobre a duração da terapia de privação androgênica, melhorando tanto a segurança quanto a qualidade de vida.

"O tratamento do câncer de próstata não deve ser padronizado," disse o Dr. Amar Kishan, da Universidade da Califórnia de Los Angeles. "Estas descobertas ajudam os médicos a personalizar a terapia, equilibrando o controle do câncer com os potenciais efeitos colaterais e outros riscos à saúde."
Saúde

Checagem com artigo científico:

Artigo: Optimal Duration of Androgen Deprivation Therapy With Definitive Radiotherapy for Localized Prostate Cancer
Autores: Nicholas G. Zaorsky, Yilun Sun, Abdenour Nabid, Almudena Zapatero, Michel Bolla, David Joseph, Philippe Maingon, Araceli Guerrero, Ana Alvarez Gonzalez, Carmen Gonzalez San-Segundo, Maria Ángeles Cabeza Rodríguez, Josep Maria Sole, Agustí Pedro Olivé, Allison Steigler, Luis Souhami, Nathalie Carrier, John G. Armstrong, Charles Gillham, Thomas M. Pisansky, Matthew Schipper, Howard M. Sandler, Jason A. Efstathiou, Colleen Lawton, Theo M. de Reijke, Gerhardt Attard, Soumyajit Roy, Scott C. Morgan, Shawn Malone, William A. Hall, Paul L. Nguyen, Jonathan E. Shoag, Randy A. Vince Jr, Adam Calaway, Jorge A. Garcia, Pedro C. Barata, Prateek Mendiratta, Jason R. Brown, Luca Valle, Matthew Rettig, Robert T. Dess, William C. Jackson, Ting Martin, Angela Y. Jia, Michael Steinberg, Tahmineh Romero, Amar U. Kishan, Daniel E. Spratt
Publicação: JAMA Oncology
DOI: 10.1001/jamaoncol.2025.4800 (Via DS)

É Fácil ...



“É fácil trocar as palavras, Difícil é interpretar os silêncios! 
É fácil caminhar lado a lado, Difícil é saber como se encontrar! 
É fácil beijar o rosto, Difícil é chegar ao coração!”

(Fernando Pessoa) 

sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Notícias Ao Fim Da Tarde

Esta É A Frase (267)

A greve foi só “geral” no sentido em que o Estado, em Portugal, é demasiado “geral”. Para resolver esse problema, o meio adequado não é o pacote laboral, mas a reforma do Estado.    (Rui Ramos, OBSR)

Que dizer desta “greve geral”? Talvez que é greve, mas certamente que não é “geral”, como as outras que a antecederam. Quem ontem andou por Lisboa, viu abertas lojas, oficinas, restaurantes e supermercados. Taxis, TVDE e estafetas circulavam como nos outros dias. Com o que é que não pôde contar? O Metro, a Carris e a CP, mais os serviços do Estado, como escolas e hospitais públicos. Nada de novo: mais uma greve da função pública e dos transportes do Estado. A isso chamamos “greve geral”.

É verdade que a “greve geral”, como há mais de 100 anos explicou Georges Sorel, nunca foi suposto ser uma realidade. Foi sempre o que ele chamou um “mito”. No seu tempo, era o “mito” de que o operariado, num só dia, pudesse parar a economia, e provocar o colapso do sistema capitalista e da democracia burguesa. Sorel não esperava que isso acontecesse, mas achava vital, para os movimentos anarquistas e socialistas, que se acreditasse que isso podia acontecer: daí derivavam o seu poder e influência. A greve geral era uma ideia apocalíptica, que deveria motivar os revolucionários e intimidar a “burguesia”.

Em Portugal, hoje, a greve geral também não é uma realidade. É, como diria Sorel, um mito, aliás, dois mitos. O primeiro é o mito de que é o Estado que nos pode tornar a todos mais ricos, e não o investimento e o trabalho dos indivíduos e das famílias. Note-se: é um mito para a sociedade em geral. Para os grevistas de ontem, funcionários e empregados públicos, cujos rendimentos e regalias dependem do governo, é uma realidade. Indevidamente generalizado, porém, dá a tese de que o caminho para a abundância passa por leis que restrinjam o que empresários e trabalhadores podem fazer, e de que quanto mais difícil for despedir, mais emprego haverá e mais altos serão os salário.

O segundo mito é o de que esquerdas desacreditadas por anos de estagnação económica, wokismo e caos migratório se poderão retemperar na conflitualidade sindical. Foi o que explicou ontem ao Público o novo presidente da comissão liquidatária do Bloco de Esquerda, José Manuel Pureza: a
greve era “uma lição de unidade” para as esquerdas, que deveriam juntar-se como no tempo da troïka, e a maneira de tirar temas em que as esquerdas perdem, como as burqas, isto é, as migrações, do centro do debate público. Que os sindicatos em Portugal sirvam para isto, não espanta. (texto na íntegra aqui)