A verdade é que os cientistas ainda não compreendem bem o caminho do sódio no
corpo humano.
Uma das dificuldades é que é muito difícil fazer estudos de longa duração com
um controle rígido sobre o que as pessoas ingerem e como excretam o sal do
corpo.
Recentemente, essa oportunidade surgiu com o experimento Mars500, uma
simulação de uma viagem a Marte que foi realizada na Rússia.
Nessa experiência, oito candidatos a astronauta passaram 520 dias num
ambiente totalmente fechado, incluindo uma nave e ambientes que imitam o planeta
Marte - tudo foi reproduzido como se os astronautas estivessem de facto isolados
no espaço.
Era tudo o que o Dr. Jens Titze, da Universidade Vanderbilt (EUA), ansiava, já
que ele sempre desconfiou da "verdade científica" impressa nos livros-texto, que
afirmam que o sal que comemos é excretado rapidamente pela urina, de forma a
manter níveis constantes de sódio no organismo.
Os exploradores de Marte
tiveram sua alimentação rigorosamente controlada, permitindo um acompanhamento
preciso da quantidade de sal que eles ingeriam e que eles excretavam.
Mostrando que o verdadeiro progresso científico só se faz quando se duvida
dos saberes estabelecidos por paradigmas anteriores, as suspeitas do Dr. Titze
se confirmaram.
Os resultados mostraram que os níveis de sódio no corpo humano flutuam
ritmicamente em dois ciclos distintos, o primeiro com sete dias, e o segundo com
30 dias.
Ou seja, contradizendo o saber estabelecido, investigadores mostraram que o
corpo possui mecanismos de armazenamento do sódio.Quase 95% de todo o sal ingerido é excretado pela urina,
mas não numa base diária.
Em vez disso, com uma ingestão constante de sal, a excreção do sódio flutuou
com um ritmo semanal, resultando em armazenamento de sódio no corpo, e num
ciclo mais longo, mensal.
Isto tem largas implicações, como o controle da pressão
arterial e da hipertensão, e todos os riscos cardiovasculares associados com a
ingestão de sal.
Os Exames actuais não funcionam
O armazenamento de sódio no corpo no ciclo mensal não foi acompanhado de
ganho de peso, o que dá indícios de que o armazenamento de sódio no corpo não é
acompanhamento de um aumento na água armazenada no corpo.
Usando técnicas de ressonância magnética, os cientistas encontraram
indícios de que o sódio é acumulado na pele e nos músculos.
Estes resultados abrem verdadeiras avenidas inteiramente novas para mais
pesquisas.
Outra consequência directa da descoberta é que a prática médica actual, que usa
amostras de urina a cada 24 horas para determinar a ingestão de sal, não dá
resultados precisos.