segunda-feira, 22 de março de 2010

Justificar O Injustificável



Na sexta-feira, um deputado (...) insurgiu-se contra um pormenor: o facto dos fotojornalistas tirarem fotos, com os seus zooms, aos ecrãs dos computadores dos parlamentares. O assunto não mereceria debate no hemiciclo, mas serviu para, em caixas de comentários de blogues e jornais, se medir o pulso a alguns sentimentos populares.

A resposta de Jaime Gama a José Lello, talvez temeroso de uma má reacção dos jornalistas, foi a de que os computadores são para serviço público. Não são pessoais. Os telemóveis dos membros do Governo também não são pessoais. Podemos ouvir? E os seus gabinetes também são de serviço público. E as suas secretárias e gavetas e armários. Podemos ir vasculhar? E um deputado pode olhar para o computador do lado e dividir com o plenário o que lá leu? O que diria Jaime Gama se tal acontecesse?

Daniel Oliveira,Expresso.pt

É claro que os deputados estão no parlamento para trabalhar, não para se divertirem com jogos ou outras. Cabe aos Srs. deputados honrarem as funções para as quais foram eleitos. Dito isto, acho uma indignidade e mesmo falta de escrúpulos tentar 'espiar' o que alguém escreve, lê ou a troca impressões com outrem .
Este, não foi o único caso que ocorreu numa das últimas sessões no Parlamento, em que Jaime Gama interviu um tanto ou quanto desabridamente. Como o compreendo, deve estar tão farto de engolir tanta coisa que observa e não gosta e como não é de ferro, com ou sem propósito, por vezes é difícil aguentar mais . O injustificado está justificado.

3 comentários:

www.angeloochoa.net disse...

In
http://portugaldospequeninos.blogspot.com/2010/03/circo-sem-pao.html
(esperando moderação):
Mulher de Armas:
Maria das Dores Meira, presidente comunista da CMS, hoje, 22 iii 2010, no pasquim grátis «Jornal de Setúbal» com honras de 1ª página e remetendo para a página 3:
(Sobre ida da PJ à CMS):
«Não vamos admitir qualquer tipo de insinuações.»
«Quaisquer tipos de insinuações…» (Quereria Dores Meira dizer.)
Ao lado, foto da mesma, sem legenda.
No corpo da «notícia»:
PS não se pronunciou.
PSD remeteu-se ao silêncio.
Eu, mas quem sou eu, senão um (comum mortal) mais do que banido? Idem, aspas, ou, quando muito, se a quesitos interpelado, reticências…

Anónimo disse...

Ochoa:
Fala ,diz, escreve até que a voz ou a mão te doa. Calar o que se pensa é cobardia. Todos temos direito a ter opinião.

www.angeloochoa.net disse...

Em atenção ao desafio de Anónimo com comment a seguir ao meu só me lembrou postar meu poema de meu Bonfim do Senhor do Bonfim e do nosso belo Estádio do Bonfim, que todos, mas todos os partidos se concitaram apostados a o implodir – é «remorso que tenho comigo mesmo como este Portugal» parafraseado o O’Neill:
Cada pedra sobre cada pedra:
Será que surgiu novo Ceausescu,
escudado em razões com vil cifrão,
mais cinzenta, esperta, sinistra camarilha?
Clowns, clonados, sem rosto, calculando a nota verde,
qual dentre eles se lembrou, ou todos à uma se lembraram,
mãos empapadas no pastoso dinheiro,
de mandar prà cidade que desconhecem com a ideia ferocíssima
de arrasar o nosso Estádio do Bonfim?
Mas pergunto:
Quereis então demolir a aérea varanda?
Não serão vossos cálculos ao haver a pura infâmia,
ante a limpidez amanhecida verde relva?
Acuso-vos; e convoco jornais, emissoras, Tv.:
Apontem os desalmados e os seus tenebrosos planos.
Esmaguem armações, estruturas, e bancadas;
que não alcatifam os sorrisos às crianças,
nem aos jovens atletas, ou aos anónimos adeptos,
tão pouco o nimbado sol vivo nos olhos abertos das gentes,
esplendor que converte.
Ainda te contemplo, qual ponte abalançando emoções,
alçando-se a estrelas, catedral da rua, sustentado equilíbrio.
Queiramos nós, homens povo, e esses tais senhores não passarão.
-
Por ver um documentário sobre o Dalai Lama,
os derrubes de 33 mil templos budistas,
atrocidades sem fim contra o povo tibetano,
acabou por afossar-se p’lo edredão,
engolido o ponderado cibo de um Nozinan/25.
(Foi mais um outro poeminha por tabela -- enfie a quem sirva a carapuça.)