Esta austeridade toda é, ainda assim, para quem está "dentro" do sistema, para quem tem emprego, para quem tem as portas abertas. Pior ainda é para quem está "fora" do sistema. Já para não falar nos cortes na Saúde. E nas comparticipações de medicamentos.
O cenário é este. Em Novembro vai metade do subsídio de férias, em Janeiro entra em vigor o resto. A pressão sobre a economia será paralisante. Valham as exportações e os investidores estrangeiros.
Tudo isto será regenerador se o resto correr bem. Se a intervenção europeia for a tempo de conter o drama na Grécia e não o deixar descontrolar-se para o resto da Zona Euro. Se a banca não ficar sem crédito. E, sobretudo, se o PIB não resvalar para níveis que aniquilem as receitas fiscais, o que obrigará a nova austeridade.
Se tudo correr bem, lá para o Verão teremos batido no fundo, a Europa pôs a cabeça em cima dos ombros, e os "bons alunos" portugueses ganharão folga da troika: mais tempo, mais dinheiro ou ambas as coisas. Mas não mais austeridade.
Já não vale a pena ser pessimista. Engula em seco e prepare-se para a chumbada.
Fonte: Pedro Santos Guerreiro, Negócios
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