No espaço de dias, a Grécia regressou a 2010, atravessando uma turbulência nos mercados a fazer lembrar a que obrigou o país a pedir ajuda externa pela primeira vez. Numa altura em que os investidores começam a mostrar cada vez mais receio com a travagem da economia europeia e com os riscos de deflação, a crise em Atenas arrastou a periferia. Há já quem fale numa "tempestade perfeita" a formar-se e a ameaçar o ressurgimento da crise de dívida. Ontem, a Comissão Europeia foi mesmo obrigada a vir a público prometer mais ajuda para a economia helénica.
No Orçamento do Estado para 2015, o Governo prevê ir buscar aos mercados 12 mil milhões de euros em Obrigações do Tesouro no próximo ano. Assumindo, num exercício teórico, que era possível ir buscar esse montante à taxa de juro que o mercado exigia pela dívida nacional a dez anos na sexta-feira, Portugal iria pagar em juros cerca de 354,8 milhões de euros em juros. Mas se a taxa em vigor fosse a registada ontem, o custo seria de 446,8 milhões, ou seja mais 92 milhões de euros. É que, no espaço de uma semana, a ‘yield' a dez anos deixou de marcar o mínimo histórico de 2,957% e subiu para 3,477%.
Económico
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