quinta-feira, 21 de abril de 2016

Neste Dia Em Que Centenas De Milhares De Funcionários Públicos Vão Poder Usufruir De Mais Uma Reversão No Corte De Salários ...


Segundo os números mais recentes da Pordata, existem em Portugal mais de 3,6 milhões de pensionistas. Mais de 650 mil funcionários públicos. Outros tantos desempregados. Perto de 300 mil beneficiários do rendimento social de inserção. Somando estes quatro números deparamo-nos com 5,2 milhões de pessoas. E se a estes 5,2 milhões somarmos filhos menores e familiares dependentes, ultrapassamos facilmente os 6 milhões que Medina Carreira costuma citar com regularidade. Fixem bem o número, porque ele é o mais importante para explicar Portugal e a sua paralisia: num país com 10 milhões de habitantes, pelo menos 6 milhões beneficiam de transferências directas do Estado central. (...)


Nas últimas legislativas, PS, Bloco e PCP obtiveram cerca de 2,75 milhões de votos, com uma abstenção de 45%. Se distribuirmos os abstencionistas, chegamos aos 4 milhões. O que significa – e essa, sim, é a surpresa – que ainda há pelo menos 1,2 milhões de funcionários públicos, de reformados, de desempregados que, após quatro anos de cortes violentos, preferiram abster-se ou votar na direita, mesmo que a promessa que lhes estava a ser feita fosse uma reversão muito mais lenta dos seus salários e das suas reformas. É por isso que esses homens e essas mulheres são os meus heróis. E é por isso que no dia em que o seu ordenado reaparece com mais uns euros que eles sabem que o país não sabe como pagar, eu lhes tiro o meu chapéu.(...)

Neste dia em que centenas de milhares de funcionários públicos vão poder usufruir de mais uma reversão no corte de salários que lhe foi aplicado pelo anterior governo, eu gostava de prestar a minha homenagem pública a todos os professores, todos os médicos, todos os juízes, todos os polícias, todos os militares, todos os reformados que em Outubro votaram na coligação PSD-CDS, mesmo sabendo que a esquerda unida lhes prometia mais dinheiro caso vencesse as eleições. Todas essas pessoas, e foram muitas, votaram contra o seu interesse próprio em nome do interesse do país – são os meus heróis.   (Público)

2 comentários:

Anónimo disse...

Pura demagogia a de JMT

-Excluindo os que recebem pequenas pensões que não estão associadas a carreiras contributivas, todos os pensionistas ou reformados recebem pensões ou reformas não como dádivas do Estado ou dos governos mas sim em relação directa com os descontos que eles e as suas entidades patronais fizeram ao longo de toda uma vida de trabalho;
- Os trabalhadores da função pública recebem salários não por privilégio estatal mas pelo seu trabalho, exactamente, embora certamente menos, como JMT recebe do Público;
- O subsídio de desemprego e outras prestações sociais são pagas pelo Orçamento da Segurança Social, cujas receitas não vêm directamente pelos nossos impostos.

E pronto, conversa acabada porque a desonestidade política e intelectual não merece mais comentários.

António Abreu

JS disse...

Óbviamente JMT não só tem razão como está a tocar no ponto central do desastre português.

Só tenho pena que esses corajosos clarividentes não se abstenham pois votar com o presente sistema eleitoral é perpetuar a irresponsabilidade no poder.

Quantos mais (felizes) administrações socialistas (PS e PSD) terão a complacência dos credores?.

PS. Este António Abreu decididamente é o exemplo do feliz funcionário eleitor socialista (PS e PSD) que vive julgando que existe uma árvore das patacas nos jardins de S.Bento.