Poupar mais, aumentar a natalidade, aprender a liderar e organizar e uma profundíssima reforma do Estado (sim, a expressão já enjoa, mas o problema continua lá) que melhore os serviços públicos e seja mais justa nos salários. Estas são as medidas que precisávamos de adoptar. Algumas, como actuar no Estado, são muito difíceis. Outras nem tanto. O problema é que nada disto é suficientemente apelativo para dar votos.
Quando olhamos para os grandes números do país, o maior problema é este: temos pouca poupança para tanta dívida e tanto envelhecimento da população. É uma bolha que vai rebentar sob a forma de empobrecimento, mesmo que apenas relativo ao resto do mundo. O Governo gosta de mostrar que temos crescido acima da média europeia. Claro que é bom. Mas o pior é que temos outros países, que eram mais pobres do que nós, a crescerem mais depressa e alguns a ultrapassarem-nos. Estamos a crescer, mas não o suficiente. Além disso, o nosso crescimento está neste momento demasiado dependente da capacidade de continuar a atrair turistas – o que, sem que se queira ser pessimista, não está garantido. O Algarve, por exemplo, está com menos turistas este ano do que em 2018.
Helena Garrido, OBSR
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