Só a restrição da liberdade no resto do mundo faz a Europa destacar-se ainda em termos de Estado de direito e democracia representativa. Mas isso deixa aos europeus a questão de saber o que fazer com essa liberdade, perante o fracasso das oligarquias. (Rui Ramos, OBSR)
Em eleições, têm-na usado para rebaixar oligarquias que consideram, muito legitimamente, responsáveis pelas suas frustrações e incertezas. Como seria de esperar, aumentou a oferta de partidos que apela ao “povo” contra os velhos partidos. Daí, tecnicamente, o “populismo”. Mas em demagogia, os novos “populistas” não conseguem competir com as antigas oligarquias. Nada encanta tanto um oligarca como a perspectiva de obrigar os eleitores, como tem feito Emmanuel Macron em França, a votar no velho sistema como única alternativa ao “fascismo”. O truque, porém, funciona cada vez menos. (...)
E as instituições da integração europeia? A UE tem sido outra cortina de fumo político. Foram as velhas oligarquias que construíram essas instituições, para depois se esconderem atrás delas, esperando que as frustrações populares se dirigissem contra uma Bruxelas mais ou menos abstracta.
E as instituições da integração europeia? A UE tem sido outra cortina de fumo político. Foram as velhas oligarquias que construíram essas instituições, para depois se esconderem atrás delas, esperando que as frustrações populares se dirigissem contra uma Bruxelas mais ou menos abstracta.
Nas próximas semanas, dois partidos de governo, o do presidente Macron em França e os Tories no Reino Unido, podem desaparecer. As velhas oligarquias, de esquerda ou de direita, não têm remédio. Não é que não saibam ou que não vejam. Sabem e veem. Mas estão reféns dos sistemas de interesses e cumplicidades que construíram para se manter no poder. Nunca farão as “reformas” que admitem ser necessárias. Aos eleitores europeus, só resta deixarem tudo assim, ou votarem de outra maneira.
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