Uma existência inteira feita de vidro estilhaçado e espalhado pelo chão: o mais natural é baixarmo-nos e esticar as mãos para, com a ponta dos dedos, com cuidado, se começar a escolher cada fragmento e tentar perceber aquilo que se quer manter e aquilo de que se tem de desistir. Desistir, como morrer, não é sempre mau. Há vezes que não se pode evitar.
Todos nos dizem continua, continua, mas é o mundo que desiste, inteiro, à nossa volta.
José Luís Peixoto
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