quarta-feira, 10 de junho de 2020

Portugal

Somos um país marcante na história mundial e ainda hoje reconhecido em muitos campos. Precisamos, no entanto, de nos organizar melhor.

Sem excessos patrióticos laudatórios ou derrotismos permanentes, podemos dizer com orgulho que somos dos países mais antigos do planeta. Em termos estatísticos, estamos em níveis aceitáveis mundialmente, embora em declínio no nosso espaço europeu, onde o Leste nos ultrapassou num ápice. Conseguimos manter as nossas fronteiras de forma permanente como nenhum outro Estado. Temos uma história que nos honra e um papel importante no início de uma globalização, contribuindo decisivamente para a matriz cristã que influencia muitos milhões de seres humanos. Portugal, um país médio na Europa, e não pequeno, como alguns assumem, deixou mais marcas boas do que más no mundo.

Atualmente, os portugueses estão novamente confrontados com a necessidade de recuperarem de um tombo gigante, causado pela pandemia. 

Importa também ter consciência de que temos muitos monos frutos de megaprojetos que não deram em nada – Sines, que nunca chegou a dez por cento do projetado. As PPP rodoviárias foram uma desgraça: pagamos muito e circulamos pouco por elas. Vai ser difícil evitar a repetição de casos lamentáveis.

O melhor será permitir que a economia se desenvolva naturalmente, aligeirando e tornando o Estado menos intrusivo e burocrático na vida das empresas e das pessoas. São precisas regras claras e simples. Não precisamos de legislação às toneladas produzida diariamente pelo Governo, pelo Parlamento, pelas autarquias e por qualquer bicho-careta que tenha autoridade. Precisamos também de mais transparência no exercício de funções públicas e políticas. Mas temos de ter a coragem de deixar o cinismo do bacteriologicamente puro e da obrigação dos políticos de não poderem fazer mais nada. Esse puritanismo acaba por transformá-los em meros seguidistas, gerando mais corrupção do que haveria se se conhecessem os interesses de cada um.
Um país dinâmico e moderno precisa de economia livre (com exceção de duas ou três empresas nevrálgicas), que funcionem áreas vitais – saúde, segurança social, justiça, segurança, educação (no sentido do estudo e da aprendizagem de conceitos de vida saudáveis), defesa, energia – e de saber explorar o seu potencial natural (o mar, no nosso caso) sem destruir o ambiente. Se fizermos isso, teremos uma sociedade equilibrada e um país capaz de atrair gente interessada em viver de forma integrada, e não imigrantes que não se sentem minimamente inseridos e protegidos, apesar de não serem, nalguns casos, de primeira geração.
Excertos do texto de Eduardo Oliveira e Silva, Ji

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