A Alemanha de Leste vivia cercada, sem liberdade de escolha. A vida de cada um estava previamente programada pelo Estado, do berço à campa. As cartilhas com os deveres e a reciprocidade eram seguidas obrigatoriamente desde muito cedo. Haviam sempre filas para as compras. Pouco havia para escolher,tudo era muito igual. O Estado controlava tudo e todos, mas, a educação era para todos , todos tinham direito a casa e assistência na saúde.Começavam a trabalhar cedo e também cedo casavam .
Chega a liberdade. A euforia das barreiras quebradas.
Liberdade de vida, e de escolha - é um novo respirar.
Depois do deslumbramento inicial , embora nos pareça incrível, pode não ter sido assim tão fácil. Para, aqueles que, durante muitos anos nunca tiveram de organizar a sua vida no que respeita às
necessidades primárias e que, a partir da integração tiveram de fazer escolhas e opções. A mudança às vezes não é assim tão fácil para os mais velhos, ao contrário dos mais novos que têm uma apetência enorme para se adaptarem a novas situações.
Thomas Brussig, nascido em 1964 em Berlim Leste, num texto publicado no El País, tem uma outra expectativa de liberdade.
Escreve: "Aprendi algo sobre a liberdade. Por exemplo, que um Estado que garanta as liberdades civis (liberdade de imprensa, liberdade de opinião, etc.) não produz automaticamente pessoas livres. Não és uma pessoa livre só porque vives numa sociedade livre, num país livre.
Ser uma pessoa livre é tarefa de cada indivíduo dia-a-dia. A liberdade é um ideal importante e enganador e, ao mesmo tempo, uma promessa pela qual é fácil deixares-te enganar."
Mas, digo eu, num estado controlador e repressor ninguém poderá ser livre .
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