"A alienação, o afastamento do homem da terra são desconhecidos - e de resto inconcebíveis - em todas as religiões de tipo cósmico, a vida religiosa consiste precisamente no exaltar da solidariedade do homem com a vida e a Natureza ", afirma Mircea Eliade .
O consumismo continua, não se sente o quanto todo o tipo de vida na Terra é sagrado.
A fraca aplicação dos países ricos e desenvolvidos (os maiores poluidores) em reduzir as emissões de CO2 para a atmosfera, para minorar o efeito de estufa, e consequente aquecimento do Planeta, são disso um exemplo claro.
Este estado de consciência provoca decisões políticas de uma irresponsabilidade tremenda deixando para as futuras gerações todas as catástrofes naturais consequentes do efeito-estufa.
Alguém terá dúvidas de que as leis da natureza já estão a reagir aos excessos do homem?
O Homem provocou e continua a provocar fortes desequilíbrios e o sistema de auto-regulação natural reage.
Talvez fosse bom os economistas e políticos consciencializarem-se que economia - do grego oikos-nomos, regra ou preceito da casa - e ecologia - oikos-logos, ciência da casa -, têm uma origem etimológica comum e estão profundamente relacionadas.
Os poderes actuais que velam pelo Ambiente preocupam-se com a escassez de recursos necessários à vida humana, mas esquecem-se muitas vezes, do respeito pelas outras formas de
vida.
A verdadeira ecologia tem de incluir esse laço com a vida natural, visível ou invisível, ou seja, voltar a sentir a sacralidade da Natureza.
Esta 'forma mental' de que a Natureza existe como um objectivo ao dispor do homem, tem uma origem no pensamento judaico-cristão. Só o poderá ser quando o homem reconquistar a consciência de que é parte integrante da Natureza, entrando assim, em comunicação com a sacralidade.
Fonte:Paulo Alexandre Loução,Portugal Terra De Mistérios
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