No séc. XV o «Paço» que o conselho mandara fazer, para vereação e audiências, situava-se na Praça do Castelo da Ribeira e era propriedade da Ordem de Santiago .
Foi no reinado de D. João III e de sua iniciativa a construção do novo Paço.
De 1526 a 1533 decorreram as obras de construção dos Paços Municipais num terreiro a que
depois se chamou Largo da Praça do Sapal e que hoje conhecemos como Praça de Bocage.
Com o terramoto de 1755 ,Setúbal sofreu muitos estragos; muitas vidas se perderam, quer pela derrocada de muitos prédios, quer pelo maremoto que simultâneamente se deu.
No dia deste trágico cataclismo também o edifício dos Paços do Concelho ficou muito arruinado.
A 11 de Novembro de 1858 ( ano em que os setubalenses pedem ao rei que a sua
terra seja elevada a cidade) um violento sismo mais uma vez abalou Lisboa e arredores.
As águas do rio invadiram grande parte da vila; barcos foram arremessados para terra e muitos se afundaram.
No Bairro de Troino, que ficou quase totalmente destruído, morreram muitas pessoas.
Mais uma vez o Edifício dos Paços do Concelho sofreu muitos danos - em 1873 - fizeram-se algumas obras e restauros.
Novo fenómeno, este m 1876, começaram os temporais que fustigaram impiedosamente Setúbal por espaço de 4 dias.
Passados 37 anos, depois do último restauro, os Paços do Concelho viveram em ambiente tranquilo.
Porém, mais uma provação havia de atingir os Paços do Concelho.
Um incêndio devorador destruiu o edifício e com ele toda a documentação e obras de arte - tudo foi consumido pelas chamas na noite de 4 para 5 de Outubro de 1910.
À Praça de Bocage confluiu, nessa noite, uma enorme multidão que se manifestava alegre, dando vivas à República . O partido republicano desculpa-se com a agressividade da polícia, mas entretanto, o edifício estava destruído e todas as suas preciosidades.
Passaram 7 anos e os Paços do Concelho estavam ainda em ruínas ...
Passados 14 anos ...
O Setubalense em 15 de Outubro de 1924 opinava sobre a reconstrução do edifício, referindo que era um vergonhoso estendal de ruínas e mostrava a demissão dos políticos que dirigiam o município.
O Setubalense, de 21 de abril de 1933, comentava o começo das obras mas não areditando lá muito ... o cepticismo instalara-se.
Finalmente!
No final do ano de 1938 as obras de reconstrução chegaram ao
seu termo.
Na calçada em frente podiam-se ler as frases:
- Muito Notável Vila Aos 16 de Setembro De 1525
- Cidade Aos 19 De Agosto De 1860
- Capital De Distrito Aos 22 De Dezembro De 1926
Fonte:Monografia S. Sebastião
1 comentário:
Estou muito interessado na informação histórica sobre os sismos sentidos em Setúbal, em particular às referências a movimentos nas águas em 1858. Agradecia contacto para lmatias@fc.ul.pt
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