Um homem extravio-se no deserto. Estava moribundo quando apareceu uma caravana. Os que viajavam nela mal de aperceberam da situação do homem sedento, que penosamente pôde soltar uns gemidos pedindo auxílio- Várias pessoas correram até ao homem e rodearam-no. Agonizando, murmurou: « Água, água, por favor.» Os da caravana olharam para ele demoradamente e começaram a perguntar-se como queria aquele homem que lhe servissem a água. Preferia que fosse num cálice de cristal ou numa chávena? Num recipiente de ouro ou de prata? Talvez num copo ou queria ele bebê-la directamente dos cantis de pele dos cameleiros? Quem ali se encontrava discutia estas questões sem parar, questionando-se qual seria o recipiente mais adequado para lhe dar de beber, quando o moribundo soltou o último suspiro.
Há uma neblina na mente que distorce o entendimento e nos faz prestar atenção ao trivial e desconsiderar o essencial. Essa ofuscação da mente turva a percepção, a cognição e a reacção. Frequentemente nas nossas vidas, de forma impensada e por falta de entendimento, preocupamo-nos e ocupamo-nos do banal, descuidando o essencial, deixando-nos prender nas redes mentais da ilusão e confusão. (Ramiro Calle)
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