... Uma Abelha
Era uma abelha muito alegre. Em certa ocasião voava inebriada pelo néctar de flor em flor, sem dar por isso imprudentemente afastou-se da colmeia.Quando se apercebeu, já era noite. No momento em que o sol se ocultava, estava ela a deleitar-se com o néctar de um lótus. Nessa altura, o lótus juntou as suas folhas e fechou-se sobre si próprio, ficando a abelha presa no interior. A noite caiu. Um enorme elefante faminto passou por aquelas paragens, engolindo tudo o que apanhava pela frente. A abelha, ignorando o que sucedia no exterior e confortavelmente alojada no interior do lótus, continuava a libar. Então, disse para si mesma: «Que néctar fantástico, tão doce, tão delicioso! Isto é maravilhoso.Não só vou trazer aqui todos os meus familiares e amigos para que provem como me vou dedicar a fabricar mel em grandes quantidades e poderei vendê-lo e fazer muito dinheiro, e comprar todas as coisas de que gosto no mundo.» Subitamente, o chão tremeu ao seu lado. O elefante engoliu o lótus e a abelha só teve tempo de pensa: « Este é o meu fim. Vou morrer. Para onde vão agora todos os meus planos?»
«Aquele que posterga para o futuro, comprovará que o futuro nunca chega.». A mente tem uma recalcitrante tendência para embrenhar em incertas expectativas para o futuro que, por vezes, geram muita ansiedade, em vez de pôr mais energia em cada momento e proceder em consequência e de acordo com as circunstâncias que vão surgindo. Isso não quer dizer que não se possa antecipar ou projectar, mas dando uma ênfase especial a cada instante e aproveitando cada situação para a apreciar tal como é.
Ramiro Calle
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