É curioso que seja um tecnocrata [Gaspar] a falar-nos do sentido político das nossas
misérias. Um povo precisa de linguagem política, de mobilização, sentido e causa
para o sacrifício. Mas Passos Coelho é como o peixe, não puxa carroça. Tem uma
vantagem: baixando expectativas, não vende ilusões. Quando assume que o
desemprego ainda vai subir, ouve uma vaia - mas fala verdade, matéria-prima
rara. E essa falta de luz própria pode até trazer em humildade o que noutros
sobra em vaidade. Há demasiada gente a querer ficar na história, a ser o Ernâni
Lopes desta crise, e a pressa humana pela estatuária é má conselheira.
As verdades que nunca nos dirão, Pedro Santos Guerreiro
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