... Porque é uma falácia
Voto pelo fim da paridade entre pais e filhos, por ser uma falácia irresponsável com consequências imprevisíveis. Um pai ou uma mãe só se pode tornar no melhor amigo quando os filhos já cresceram. Até lá, cada macaco no seu galho, a bem da família e da paz doméstica.
Pertenço à última geração a ser educada com medo, sentimento que tentámos poupar aos nossos filhos, porque acreditámos que lhes podíamos dar uma educação diferente, mais próxima, mais cúmplice, menos rígida e mais compreensiva.
Tinha medo do meu pai; como quase nunca se zangava, quando isso acontecia, é porque tinha razão. Tinha medo de entrar na sala, de abrir a tampa do gira-discos e de lhe riscar os discos, por isso, tornei-me uma pessoa cuidadosa. Tinha medo da minha mãe quando chegava atrasada a casa porque sabia que ela me podia castigar. Resultado: hoje, raramente me atraso. - Eram outros tempos.
Fomos nós que quisemos que os filhos não crescessem em ilhas; é da nossa responsabilidade as atitudes de à-vontade e de arrogância debaixo do nosso tecto. Não são casos isolados – é uma questão geracional.
É como Margarida Rebelo Pinto afirma.
Revêmo-nos nesta verdade, passámos de oito a oitenta e as consequências são cada vez mais visíveis. E não são casos isolados, porque qualquer tentativa de fazer diferente claudicava. A noção de grupo enraizou-se de tal modo que a diferença era motivo de erradicação e nunca de elogio.
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