A importância dos santuários e o lugar central que têm ocupado em todas as culturas e religiões, ao longo da História, vão ser realçados num congresso internacional em Alandroal, entre esta sexta-feira e domingo, dias 12 a 14.
O congresso intitula-se “Santuários: Cultura, Arte, Romarias, Peregrinações, Paisagens e Pessoas” e vai decorrer no Fórum Cultural Transfronteiriço de Alandroal, englobando comunicações, debates, exposições e visitas.
Luís Jorge Gonçalves, professor da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, uma das entidades organizadoras, explica à Agência Lusa que o objectivo é “reunir estudiosos” sobre santuários e promover uma reflexão conjunta acerca do assunto.
“Pretende-se que seja o primeiro de muitos congressos, para que possamos criar quase uma pequena enciclopédia em torno desta temática tão rica”, diz.
Mais de 100 participantes e especialistas, portugueses e estrangeiros, sobretudo do Brasil, Espanha e Itália, vão estar reunidos, durante três dias, na vila de Alandroal, no Alentejo, concelho que alberga um antigo santuário do culto do Endovélico, deus dos lusitanos e com especial importância na época romana.
“Foi um dos maiores santuários do período romano e já fazia a síntese entre as populações indígenas, porque é em honra de um deus de indígenas, e a própria população romana, chegando mesmo a ser cristianizado”, explica Luís Jorge Gonçalves.
Os santuários, ao longo da História e “em todas as culturas e religiões”, realça o professor universitário, sempre foram vistos “como lugar de encontro com o divino” e estiveram “presentes na história humana, como lugares centrais onde se vai para estar mais perto do sagrado”.
“Em termos de construção, talvez tenham sido os lugares mais importantes, porque o homem sempre ‘moveu montanhas’ para os edificar, foram sempre uma coisa em grande”, refere.
Estes locais de culto, acrescentou, “ocupam um lugar central, independentemente da época histórica, da zona geográfica, da cultura e da religião, seja ela divina ou profana”.
Neste aspecto, Portugal “é um país muito rico” e tem “imensos santuários, públicos ou privados, maiores ou menores”, mas o de Nossa Senhora de Fátima é o mais importante: “Fátima é o culto dominante e o respectivo santuário ‘apaga’ os restantes”.
“Só preservamos o que conhecemos e, como em tudo na vida, os santuários nascem, têm o seu apogeu e muitas vezes morrem. Vamos também falar desse constante movimento religioso, para chamar a atenção para esta pluralidade de santuários”, frisa o organizador.
Fonte:Correio do Alentejo
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