O Presidente marcou as eleições para 4 de Outubro e depois avisou: quer um governo ‘estável e duradouro’, ou seja, uma coligação entre comadres. E se as comadres não quiserem? Sábios avulsos puxaram pela cabeça e debitaram doutrina: impedido de dissolver a Assembleia no final do mandato, a única coisa que o Presidente pode fazer é barricar-se em Belém enquanto não lhe trouxerem o dr. Passos e o dr. Costa, em trajes matrimoniais, e com o dr. Portas a servir de menino das alianças.
Entendo as angústias do Presidente. Mas alguém devia informar o dr. Cavaco que já existe uma maioria absoluta – em Bruxelas e Berlim. Será essa maioria – com as suas regras, o seu Tratado Orçamental, as suas punições exemplares (ou ‘gregas’, como preferirem) – a governar efectivamente o país.
Depois das eleições, as comadres até podem viver em salões distintos. Mas, na hora do chá, estarão todas juntas a provar com agrado o biscoito europeu.
J Pereira Coutinho, CM
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