Terá António Costa ponderado a tese dos “passos curtos” quando avançou sem retorno para os entendimentos alternativos à sua esquerda?
Terá ajuizado a função de dique que a social--democracia (tão sustentada por Schmidt no seu grande combate com Helmut Kohl) – e que por ora verdadeiramente apenas existe em alguns sectores do PS e do PSD – desempenha, em favor do PS, na delimitação sociológica e institucional do BE e do PCP?
Terá compreendido o verdadeiro significado de se poder estar a assinar a necrologia do centro pela esquerda, hipostasiando um rumo de regime que, pelo menos em tese, pode comprometer as vantagens que o voto útil sempre teria para o PS?
Terá lobrigado que um governo do PS, minoritário mas sem protecção perante moções de censura do PCP e do BE, não está ao abrigo de nada a não ser de si próprio?
Terá cedido no desejo de ter o PCP e o BE no governo apenas porque lhe é mais fácil assim gerir as sensibilidades internas?
Terá força suficiente para contornar o desejo do PCP de voltar a ter a base de apoio sindical que foi perdendo na administração pública, no Estado empresarial e nos transportes?
As respostas comportam os riscos máximos de um compromisso mínimo a três, que, obviamente, não é nem pode ser para uma legislatura. É um compromisso para cada um dos orçamentos anualmente a discutir, o que é muito no estado actual. E tudo o resto se verá, linha a linha dos dois acordos, legitimados por uma maioria de deputados. Basta para tão grande passo? (continuar a ler aqui)
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