Outro termo que os especialistas cunharam ao pensar esta situação é "política pós-verdade", para descrever o quadro no qual o direito à liberdade de expressão se transformou na capacidade de dizer e espalhar qualquer coisa, não importando quão tola ou perigosa ela seja.
O mundo ocidental já viveu isso antes. Quando a impressão se tornou amplamente disponível, em 1600, houve um boom na panfletagem, com publicações muitas vezes denunciando inimigos políticos e sociais em termos mordazes e caluniosos. A guerra civil inglesa e a guerra da independência dos EUA tiveram na panfletagem um elemento fomentador essencial.
Será que estamos na iminência de uma "revolução dos políticos"?
A ideia de que a fusão da tecnologia e da mídia possa ter resultados revolucionários - desta vez uma revolução liderada pelos políticos, e não pelos proletários - é alarmante para os conservadores e para aqueles que preferem ostatus quo. Talvez por isso, em várias partes do mundo tem havido apelos para que os novos titãs da mídia sejam controlados e devam se submeter a legislações específicas.
De fato, as mídias sociais não podem continuar se esquivando de suas responsabilidades. Mas a resposta final pode não estar em policiar as mídias sociais em busca de mentiras e meias-verdades, mas em acabar com as bolhas de filtragem e conversar com aqueles que discordam de nós. Porque precisamos que a democracia seja mais do que apenas um concurso de popularidade
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