No dia em que António Costa tomar consciência que já não terá de se equilibrar apenas entre Jerónimo e Catarina, mas deverá passar a ter de levar em consideração também a agenda de Marcelo – talvez regressem as razões e os motivos para equacionar a manutenção da geringonça no poder.
Desta feita, porém, a principal ameaça poderá não provir de São Bento, mas de Belém. E se os amigos de ocasião, Catarina e Jerónimo, serão facilmente domesticáveis – porque, no limite, nenhum deles terá interesse objectivo em provocar a queda da geringonça –, já os objectivos e o calendário de Marcelo escapam em absoluto ao controlo do primeiro-ministro.
E este dado pode fazer toda a diferença. Pode distinguir uma ameaça de crise que Costa consegue controlar, de uma ameaça de crise que o primeiro-ministro não poderá controlar.
Ao conviver com a rédea solta de Marcelo Rebelo de Sousa, ao tentar inclusivamente aproveitar-se dessa hiperatividade presidencial para a colocar ao serviço da geringonça, António Costa poderá estar a dar a Marcelo a corda com que acabará por se vitimar.
Excertos do artigo de João Pedro Dias, Económico
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