A entrada em cena de Kristalina Georgieva na corrida ao cargo de secretário-geral das Nações Unidas era esperada. É a candidata do Partido Popular Europeu, de Angela Merkel, de Jean- -Claude Juncker, de Ban Ki-moon, etc. Reúne duas coisas consideradas essenciais nesta eleição: é mulher e é natural de um país de Leste. Juncker não teve vergonha de tomar partido – mandou um assessor anunciar o apoio a Georgieva – e de agora lhe permitir gozar uma “licença sem vencimento” para ir fazer uma campanha contra todas as regras estabelecidas nas Nações Unidas. Ao contrário dos outros candidatos, que foram submetidos a várias provas, a comissária europeia Georgieva salta por cima e bloqueia a tentativa de transparência no processo de escolha do secretário- -geral que, desta vez, a ONU tinha imposto a si mesma.(...)
mais interessante de todo este processo obnóxio é o comportamento da Alemanha que, não sendo membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas por causa de uns acontecimentos, de que não se pode falar, que ocorreram entre 1939 e 1945 do século passado, vem agora querer fazer valer na arena internacional o estatuto de potência dominante que a Europa lhe voltou a entregar de bandeja. (...)
Na realidade, se perder, Guterres tem à sua frente o cargo mais simpático do país: presidente da Fundação Gulbenkian. Mais vale ser triturado nos bastidores do que no processo transparente. Aí, Guterres ganhou em toda a linha.
Fonte:Ana Sá Lopes, Ji
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