Para os europeus foi “um balde de água fria”. Mas os eleitores europeus nada têm a ver com os americanos. Os media europeus também não acreditaram na transformação das consciências e, possivelmente, vão continuar desatentos ao que se segue na Europa. As vitórias da extrema direita da senhora Le Pen, em França, e o bater de palmas do Reino Unido pós Brexit serão a grande dor de cabeça depois do abalar das consciências dos cidadãos.
O eixo anglo-saxónico EUA/Reino Unido e que inclui a Irlanda, irá reforçar-se. O Reino Unido está de malas feitas e vira-se para o outro lado do Atlântico. A França livra-se do pior presidente de sempre e ganha espaço a xenofobia. O mundo está a mudar para pior, pensamos todos nós. Mas o mundo sempre foi um lugar perigoso e que viveu de convergências e de acordos entre grandes potências. A era pós-Obama vai ter resposta à era Putin. A Europa arrisca-se a ser o palco de intolerâncias grandes e de conflitos civis. A Europa vai ter de dispensar mais orçamento para a defesa, vai possivelmente optar por uma união política mais integrada e vai criar verdadeiras fronteiras. O mundo recua e formam-se novos cenários geoestratégicos. E onde fica a China? Precisa de mercados abertos para continuar a crescer e vai ter de negociar e ceder mais.
Vitor Norinha, J Económico
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