O que os políticos europeus não dizem aos seus eleitores é que a integração europeia tem sido o seu grande recurso para adiarem reformas, aliviarem ajustamentos, disfarçarem erros. Sem os juros baratos do Euro, muitos Estados nunca teriam conseguido financiar, através da dívida, o que já não conseguem pagar com a actividade económica. Sem as compras de dívida pelo BCE, já teriam sido confrontados pela repugnância dos investidores e aforradores. A Europa tem prolongado o modo de vida de um país como a Itália, com uma economia parada há quinze anos e uma dívida pública equivalente a 130% do PIB.
A Europa tem permitido à maioria de governo, num Portugal igualmente estagnado e endividado, devolver rendimentos e repor regalias. Mas perguntem-lhes qual é o problema? Dirão logo: o Euro e o BCE. Na Europa, talvez os novos populismos sejam um problema, mas não são um problema tão grande como a demagogia das elites instaladas, que ao mesmo tempo usam a integração europeia e a expõem a todas as culpas.
(Excertos do artigo de Rui Ramos,hoje no OBSR)
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