Temos um Presidente da República que não está no perímetro da realidade. Está fora da realidade empírica e está fora da realidade institucional: é que Marcelo falou ou como primeiro-ministro, ou então como Presidente de um semi-presidencialismo à francesa.
Henrique Raposo, Expresso
É estranho Marcelo, eleito pela direita, ter sido um esteio de um governo que essa mesma direita continua a ver como pouco natural? Não tinha de ter sido assim, mas foi o caminho que escolheu, e que o enredou. Os sinais dos últimos dias, mostrando que a geringonça pode desentender-se mais depressa do que todos passaram a assumir depois da aprovação do último orçamento, devem ter feito soar os alarmes em Belém. Marcelo não quer, pelo menos para já, uma crise. Até porque sabe que são as crises que verdadeiramente desgastam os Presidentes, e ele quer continuar a ser amado, beijado e selfiezado.
J. Manuel Fernandes, OBSR
Marcelo Rebelo de Sousa julga que está noutro país, julga que jurou outra Constituição e julga que preside a outro regime. No meio de tanta baralhação, conseguiu tornar-se no responsável último do atual Governo. O grave não é que o Presidente julgue que uma vitória de António Costa é uma vitória de Marcelo; o grave é que não perceba que, a partir de agora, uma derrota de António Costa será uma derrota de Marcelo. Para o primeiro-ministro, esta entrevista foi um alívio; para o Presidente, foi uma armadilha.
Miguel Pinheiro, OBSR
Como sempre, o mais importante escondeu-se no que ele não disse, porque já não precisava de dizer. Sim, para ele, o país está espectacular. E isso deve-se ao facto de o primeiro-ministro ter percebido que, para sobreviver em São Bento, teria de deixar Marcelo governar a partir de Belém.
Alexandre Homem de Cristo, OBSR
A solução de governo trouxe tranquilidade ao país, com resultados visíveis – embora os últimos dias tenham sido difíceis. Marcelo trouxe alegria e o resto. Portugal está irreconhecível.
Ana Sá Lopes, Ji
Não resisto à tentação de incluir aqui o comentário de um leitor do artigo de ASL, : A "tranquilidade" do país deve-se a Costa que conseguiu que Jerónimo se tornasse um gatinho "ron ron". (JS)
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