Em Portugal, confundimos “floresta” com um matagal que cobriu serras e vales à medida que os campos eram abandonados e o Estado multiplicava leis inconsequentes. Basta circular pelo país para ver. Há pinhais e mato colados às estradas principais e agarrados às povoações. Segundo a lei, não devia ser assim. Acontece que ninguém cumpre a lei, a começar pelos próprios serviços públicos e seus concessionários, que nem as bermas das estradas limpam.
É neste cenário que o ministro sobe à montanha para proclamar mais uma “revolução”. A maior “revolução” desde os tempos de el-rei D. Dinis, segundo o ministro Capoulas Santos. Em que consiste? Adivinharam: em papel. Mais legislação, mais páginas do Diário da República
A questão principal, neste momento, é de segurança. Antes de mais, os portugueses precisam de saber que podem circular nas estradas e dormir nas suas casas sem acabarem num braseiro qualquer. O que nos convinha a todos é que as regras de segurança fossem cumpridas e os serviços funcionassem eficientemente. Para tanto, o primeiro passo seria responsabilizar os responsáveis, que é o que, desde o colapso do Estado em Pedrógão Grande, as autoridades têm evitado. Mas sem isso, tudo será apenas mais uma mistificação.
(excertos do artigo de Rui Ramos 'Não precisamos de um pseudo D. Dinis', OBSR
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