Neste momento, o PS, que se orgulha de ser um dos fundadores da democracia pluralista portuguesa, deve o poder ao apoio de forças totalitárias que apoiam, expressamente (o PCP) ou cinicamente (o BE), a ditadura venezuelana.
Os mesmos líderes políticos que não se cansam de falar dos valores democráticos, sobretudo durante as grandes celebrações políticas, estão aliados a forças políticas que defendem a violência do regime Chavista.
Quando os dirigentes do PS assistem às imagens do exército venezuelano a atacar populações civis não se lembram do Estado Novo, da PIDE, do 25 de Abril? E se se recordam, não sentem nada? Olham para tudo aquilo com a indiferença cínica da realpolitik? Não reconhecem na luta daquelas populações um combate pela liberdade e pela dignidade de se viver em democracia? O exercício do poder afastou-os assim tanto dos valores que dizem defender? E o facto de centenas de milhares de portugueses viverem na Venezuela aumenta a importância dos acontecimentos naquele país. A um partido, o PS, que se orgulha de ter lutado contra o Estado Novo, não custa ver tantos Portugueses a serem vítimas de uma ditadura, a ser-lhes negado aquilo de que nós gozamos?
Nos momentos de conflito entre populações a lutar pela democracia e um governo a usar a força para manter a ditadura percebe-se quem está disposto a apoiar os valores democráticos. Não basta fazer discursos eloquentes nas comemorações do 25 de Abril. O apoio do PCP e do BE ao regime Chavista não surpreende. Mas a indiferença do PS perante o que se passa na Venezuela é preocupante.
Nota: Cada vez mais irreconhecível este PS à la Costa, transvestido de BE e PCP
João Marques de Almeida, OBSR
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