A crer nos apóstolos do politicamente correcto, o passado foi um horror e a sua memória e os seus monumentos deviam ser abolidos. Mas o presente, apesar de constantes “vitórias”, não é melhor: nunca o racismo foi tão grave, nunca a homofobia foi tão alta, nunca a misoginia foi tão aguda. Não há progresso. Porquê? Porque as pessoas, deixadas em liberdade, tendem ao erro e à malícia, como outrora tendiam ao pecado. Há sempre uma piada reveladora, um gesto sintomático. O problema é, portanto, a liberdade. O politicamente correcto tem assim de pressupor um poder absoluto, capaz de fiscalizar todas as relações, de modo a extirpar todos os preconceitos e impurezas, tenham a forma de um piropo ou de uma cortesia. Por enquanto, vai havendo a caça às bruxas nas redes sociais.
O politicamente correcto é um sinal do que pode vir a ser um Ocidente em declínio: uma aglomeração paroquial de pequenos lóbis identitários, em disputas absurdas, sob a vigilância de um poder despótico. Parece que era assim Bizâncio antes da conquista muçulmana. (ler aqui o artigo completo)
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