... E vem para se manter no poder. Essa é a sua agenda, cristalina e transparente. Esse tem sido o principal traço da sua governação, desde o primeiro momento em que engendrou uma vitória com a soma dos vários derrotados. Esse é o seu jeito particular: a cada circunstância, vai para o lado que lhe dá mais jeito – o que não é, necessariamente, o lado que dá mais jeito ao País.
Veja-se o que se passou com a nova taxa que o BE queria para o sector das energias renováveis. A palavra dada pelo governo numa sexta-feira (que sim, que haveria uma nova taxa) passou a ser diferente da palavra dada na segunda-feira seguinte (que afinal não haveria taxa alguma).
O que podia parecer uma traição ou ligeireza do governo é, sob este ponto de vista, uma demonstração de firmeza e de fidelidade do primeiro-ministro: António Costa é fiel ao seu objectivo e agarra-se ao poder com toda a força que tem. Só isso explica a sucessão de trocas e baldrocas, piruetas e flic-flacs à retaguarda, como se nada fosse. As suas críticas virulentas às empresas de energia, há poucos meses, serviram para passar a mão pelo pêlo dos seus parceiros, quando isso foi importante. (continuar a ler)
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