Com a sociedade em mudança acelerada e a generalidade dos partidos presa aos seus velhos métodos, rituais caducos, prioridade ao taticismo e canais de comunicação desajustados, não será por milagre que as “políticas 4.0” vão nascer. O mais certo é que se acentue a tendência que já existe: políticos e políticas vão andar cada vez mais a reboque e com um atraso cada vez maior em relação à realidade, às dinâmicas sociais e económicas e à sua verdadeira necessidade.
E isso colocará cada vez mais o Estado num de dois papéis, ambos muito negativos: um factor de atraso ou um elemento passivo, que pouco ou nada conta.
Nada a que não estejamos já habituados nestas coisas do sistema político e da relação entre eleitores e eleitos. Estamos, afinal, no país que há décadas discute, sem que nada aconteça, a reforma do sistema eleitoral para que cada um de nós saiba em que deputado está a votar. E este país da Web Summit é também o mesmo que não consegue uma coisa tão simples como ter os cadernos eleitorais em ordem. É mais fácil, sem dúvida, pôr uma vaca a voar. Para isso basta perguntar a Elon Musk e ele faz.
Paulo Ferreira, ECO
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