As dívidas estão descontroladas. Há talvez cinco ou dez anos, a situação sanitária tem vindo a deteriorar-se. Menina de 15 anos, com mais de 40 graus de febre espera na urgência até seis horas para ser atendida. Rapaz de 15 espera seis meses por cirurgia urgente. Senhora de 70 fica deitada numa maca no corredor durante três dias, para tratamento urgente. Medicamentos em falta nas farmácias e nos hospitais. Os tempos de espera por consulta, exame, análise e cirurgia aumentam. Estes casos não são literatura: são de pessoas conhecidas que se dirigiram às urgências dos melhores hospitais públicos da sua área de residência.
Tudo leva a crer que estejamos diante de dois factores primordiais: baixa de financiamento e organização deficiente. Esta, apesar dos enormes progressos registados nos últimos trinta anos, continua a ser uma forte razão. Ineficiência que se traduz ou resulta da falta de autonomia, do poder excessivo dos corpos profissionais, da confusão de funções, da acumulação de vínculos em sectores privados e públicos e da falta de recompensa para a gestão de mérito.
Mas a primeira razão parece mesmo ser a da redução do financiamento.
(excertos do artigo de António Barreto, hoje no DN)
Sem comentários:
Enviar um comentário