Não exactamente. Pode ser contraditório nos meios, mas não nos fins. Para os gerrilheiros da “identidade”, ensinar às pessoas que o sexo ou a cor da pele determinam, independentemente da vontade individual, a sua pertença a tribos rigidamente separadas por ressentimentos históricos, e explicar, por outro lado, que afinal cada um pode, sem amarras biológicas, escolher a tribo que quiser, são apenas duas maneiras de atingir o mesmo objectivo: dividir a sociedade “burguesa” e destruir o que nela possa parecer certo e aceite. Noutros tempos, moral e costumes foram contestados em nome da “natureza”, que a sociedade supostamente escamoteava e reprimia. Agora, tudo é posto em causa porque, afinal, não há natureza, mas só “construções” arbitrárias e fluidas. Em suma, no negócio das chamadas “causas fracturantes”, não importa o ponto de ataque, nem a coerência do ataque — o que importa é atacar.
Fonte: OBSR
Sem comentários:
Enviar um comentário