Estes três partidos [PS, BE,PCP] representam 53% do Parlamento e, naturalmente, são a maioria que manda no país. Então quem faz oposição? Dir-me-ão, com alguma naturalidade, que é o PSD que tem 39% dos deputados. O problema é que Rui Rio continua a fazer uma oposição de pantufas — às vezes mudo, outras vezes calado –, e, quando fala, a mensagem é um misto entre o vazio e o nada.
Aliás, ficou claro, este fim de semana, no Expresso, a ambição de Rio Rio na construção de um discurso com ideias alternativas para o país. Escreve o semanário que, no Conselho Nacional do PSD, Rio terá dito aos seus conselheiros que “as eleições não se ganham, perdem-se”. Ou seja, o social-democrata nem sequer acredita ter um projeto que convença os portugueses de que é melhor do que António Costa; ficará à espera que o Governo caia de podre e o poder lhe caia no colo. É uma versão menos satânica do que a do “Diabo” de Passos Coelho, mas é igualmente desprovida de ambição.
Se não é o PSD, então quem fará oposição à geringonça, tendo em conta que o PAN não conta e o CDS conta muito pouco? A resposta é Mário Centeno. O ministro das Finanças já percebeu que, em ano de eleições, PS, Bloco, PCP e PSD vão querer abrir os cordões à bolsa e até já se anteveem no horizonte algumas possíveis maiorias negativas, com os social-democratas a poderem juntar-se à esquerda radical em algumas matérias como o aumento de salários na função pública.
(excertos do artigo de Pedro Sousa Carvalho no ECO)
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