Esta é a questão mais importante do regime e Rui Rio tem aqui um momento decisivo para a sua liderança no PSD. Vai ter de comunicar uma posição. Sair das teses gerais. Explicar o que valem as suas repetidas críticas ao funcionamento do sistema judicial. Ao fazê-lo definirá um rumo. Mostrará a razão de ser da desconfiança, sempre presente, de uma parte do PSD à ‘sintonia especial’ que o seu presidente parece manter com o primeiro-ministro António Costa.
O mandato de Joana Marques Vidal fica marcado pela emancipação do Ministério Público. Por um vigor na investigação que não tem paralelo na nossa história. Pela retoma tímida na confiança da sociedade nacional num país há décadas minado por uma corrupção grosseira e descarada. Nestes anos, políticos, banqueiros, dirigentes de futebol, administradores da saúde, empresários e outros agentes viciados na ausência de escrutínio foram colocados perante as suas responsabilidades e, em alguns casos, perante a sua venalidade.
Isto é novo – e sobre isto qualquer partido que queira ser levado a sério tem de assumir uma posição e as respetivas responsabilidades. Evidentemente que Portugal não terá apenas uma pessoa capaz de dar continuidade à recuperação da confiança na investigação. Haverá outros, felizmente. Mas, na atualidade, não há que correr o risco de fazer desabar este trabalho, como parece ser a intenção de muitos dos lóbis que procuram marginar a decisão de António Costa, do governo e do PS.(artigo completo)
João Marcelino, JE
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