«Marcelo não quer que se "berre" a propósito dos portugueses da Venezuela. Mas o que distingue o berro da afirmação de valores? Apenas o campo político donde vêm as palavras.»
Helena Matos, OBSR
Pois É: Marcelo pede que não se “berre” sobre o apoio aos portugueses na Venezuela Talvez tenha sido pelo “berre”. Afinal há palavras de que gostamos e outras não. E claramente eu não gosto de “berre”. Ou talvez tenha sido por causa dos calções, mais a toalhinha de banho, a cabecinha dentro de água e aquela mania de comentar assuntos de Estado quando vem a sair da água. Nós, os que não nos candidatámos à Presidência da República, quando saímos do banho falamos do almoço, do caminho para casa e doutras trivialidades. Vossa Excelência, que transforma numa trivialidade os assuntos mais sérios do país, ao primeiro microfone que entrevê, ainda com a água a escorrer-lhe entre o cabelo e o pescoço, dá dois dedos de conversa sobre a beleza da paisagem, e o desemprego; a temperatura da água e as Forças Armadas… Seja pelo desconchavo da situação, seja porque Portugal é um país a viver sob o Síndrome da Vergonha Alheia, faz-se de conta que tudo isto é normal.(HM, OBSR)
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