«Vamos, pois, continuar a imaginar as mesmas coisas, mesmo que em perfeito divórcio da realidade. Não dá trabalho e não traz chatices. O resto é pouco importante. 2019 vai ser a cara chapada de 2018.»
É sempre a mesma coisa. Uma pessoa começa finalmente a habituar-se a um ano, à custa de trabalho, paciência e algum sofrimento até, e, zás!, o ano muda. Daqui a uns poucos dias temos um 2019 fresquinho e espreitam-se as novidades. Novidades haverá, sem dúvida, boas e más, mas aposto que 2019 será muito parecido com 2018. Sempre foi assim. O passado está prenhe do futuro e o futuro guarda os traços familiares do passado, para o perpetuar. Seguem-se alguns exemplos, mundiais e locais, a título de ilustração desta verdade insofismável.
Tudo isto é imaginário? Que mal faz? Apesar de tudo, como é bom de ver, a ideia segundo a qual um novo ano anuncia por si mesmo novos inícios é igualmente imaginária. Vamos, pois, continuar a imaginar as mesmas coisas, mesmo que em perfeito divórcio da realidade. Até porque aprender coisas novas implica ter de aprender também palavras novas e conceitos diferentes, e a preguiça é muita. Mais vale persistir no discurso antigo. Não dá trabalho e não traz chatices. O resto é pouco importante. 2019 vai ser a cara chapada de 2018.
1 comentário:
Tudo se move na inércia
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