Um ponto surge evidente: a salvação da União Europeia exige realismo político e o abandono da ideologia europeísta que impede muitas das elites políticas da UE de entenderem os desafios que enfrentam.
Daqui a 50 anos, os historiadores poderão olhar para a semana que passou como o obituário da União Europeia. Em França, os “coletes amarelos” acabaram com as reformas de Macron. No Reino Unido, o Parlamento não faz a mínima ideia sobre o que fazer com o Brexit. O conflito entre a Itália e a União Europeia agravou-se. Em Espanha, as eleições na Andaluzia acabaram com a excepção ibérica em relação aos partidos nacionalistas. Finalmente, na Alemanha, Merkel está cada vez mais perto do fim da sua vida política. Dos cerca de 510 milhões de habitantes da União Europeia, 320 milhões vivem nestes cinco países, mais ou menos 65%. As cinco economias valem ainda cerca de 75% do PIB da União Europeia. Se as coisas correm mal nos cinco maiores países europeus, a União Europeia enfrenta uma crise existencial. Não vale a pena ignorar a realidade.
João Marques Almeida, OBSR
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