«Em março de 1968, num editorial que se tornaria célebre, escreveu-se no jornal Le Monde: "A França aborrece-se." Poucas semanas passadas, foi o turbilhão do Maio de 68... Meio século depois, estamos exatamente na mesma, não sabemos o que vem aí. Mas, desta vez, temos uma certeza: o que quer que seja a vir é inesperado. E enorme. O certo é o incerto, que pode tornar-se esmagador.»
Foi o Brexit imprevisível, pois da mais velha democracia do mundo não se esperava tiros nos próprios pés. Foi Trump na Casa Branca, quando ele nunca enganou ninguém: estando lá onde o puseram, inevitavelmente ele ontem escreveria no Twitter que nas ruas de Paris se gritava "Queremos Trump!" (não era em Paris, não foi ontem, não foi uma multidão, foi só um correligionário num vídeo, mas ficou decretada mais essa pós-verdade presidencial). Foi Bolsonaro a ganhar as presidenciais no Brasil, num continente onde os sargentos analfabetos tradicionalmente só tomavam o poder com golpe (gente, eu sei que Bolsonaro não é sargento analfabeto, é só capitão). Enfim, o mundo está demasiado previsível, acontece sempre o inesperado.(continuar a ler)
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