Portugal, apesar de um cardápio com 17 ofertas distintas no boletim de voto, mantém-se como o País europeu mais conservador quanto ao seu “establishment” partidário. Apesar do PAN ser já o quinto maior em Aveiro, Bragança, Faro, Leiria, Porto, Setúbal, Vila Real, Viseu, Madeira e Açores (batendo CDS ou CDU), algo notável para um “single issue party”, é visível que nada muda no lago dos tubarões. PS e PSD.
Tenho para mim já há algum tempo que os portugueses estão cansados desta gente, esse é o maior voto não expresso nas urnas. Esse é o mais ruidoso sinal em silêncio contra a classe política existente. Enquanto quase 70 por cento das pessoas humilhava políticos com o seu desinteresse, Marcelo Rebelo de Sousa estava a acartar sacos no Banco Alimentar da senhora Jonet. Sim, também ele tinha mais do que fazer, não perdendo tempo a ouvir anedóticas declarações nocturnas. Todos são derrotados, mesmo os vencedores.(...)
Temos a certeza que Costa ganhará eleições porque é o melhor. Ponto. Rio continuará perdido no seu labirinto de provinciano que ainda não percebeu que só ele é que acha que tem competência para liderar o PSD e vai matando com suave veneno a capacidade dos “laranjas” terem futuro, pois o seu dia-a-dia é a condução ao definhamento de uma grande instituição criada por Sá Carneiro, o Bloco vai namorando e casando com o PS, o PCP afunda-se no seu apoio à Geringonça e sem Jerónimo perde toda a sua simpatia, o CDS irá crescer em legislativas mas nunca chegará a Rolls-Royce pois a sua natureza é de táxi. Enquanto isso, há praia, futebol, Netflix e programas para alienados, os portugueses continuarão indiferentes. Ninguém os estimula pois perderam o respeito por tudo.
A alma do País está morta há algum tempo e todos conhecem os culpados. Só não estão é presos e muitos até receberam condecorações e comendas. Eles andam por aí.
(Excertos do artigo de Rui Calafate, hoje no Eco)
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