1- Nada do que está a acontecer por todo o lado é surpreendente. É o que acontece sempre que se procura empurrar com a barriga. Toda a gente concorda com a descida dos passes, mas há dois problemas a emergir. Por um lado, o material continua a desgastar-se cada vez mais depressa sem que haja renovação expetável antes de quatro anos e, por outro, confrontadas com os cíclicos atrasos dos pagamentos do Estado da dupla Costa/Centeno, as empresas de transportes estão a ficar sistematicamente sem recursos, o que lesa os passageiros, as suas expetativas e a rentabilidade do trabalho de cada um e, portanto, a economia nacional.
Simultaneamente, quem circula de carro não sente diferença significativamente positiva nos acessos às grandes cidades ou nas saídas à hora de ponta. O Governo deu uma benesse, mas ela é paga depois nos impostos e também através de condições piores de transporte e de segurança e sem vantagens em termos de ambiente. Ou será que alguém sente diferença no ar que respira?
2. Um claro sinal de incompetência foi o que se passou com a votação antecipada para as eleições europeias que o Governo preparou. A afluência foi maior do que se esperava e ninguém fez as contas ao número de recenseados. Resultado: houve filas gigantes e gente a desistir depois de muita espera. Lá está uma situação típica da governança nacional. Decide-se sem pensar e, depois, as coisas falham. Exemplos não faltam em tantas áreas, nomeadamente na Segurança Social, onde apareceu há meses um simulador de reformas que nem sempre bate certo e que não explica que entre o pedido e o recebimento pode passar mais de um ano, com os contribuintes na penúria .
Eduardo Oliveira e Silva, Ji
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