A imunoterapia já contabiliza alguns casos de sucesso, mas os resultados negativos dificilmente chegam aos meios de comunicação.[Imagem: Nicolle Rager Fuller/NSF] |
Contudo, como ainda está em seus primeiros estágios de desenvolvimento, a técnica é polêmica entre os médicos e cientistas, com alguns alertando que a imunoterapia é uma linha de pesquisa perigosa.
E um dos fatores complicadores para um maior sucesso dessa técnica acaba de ser descoberto: homens e mulheres têm respostas imunológicas diferentes, e a possível interação com os hormonas pode afetar a forma como homens e mulheres reagem aos medicamentos imunoterápicos.
Em termos mais diretos, o sexo ou género de um paciente afeta a eficácia da imunoterapia no tratamento do cancro.
Medicamentos testados em homens
Fabio Conforti e os seus colegas do Instituto Europeu de Oncologia, em Milão (Itália), lideraram uma meta-análise de 20 ensaios clínicos randomizados, cobrindo mais de 11.000 pacientes, todos envolvendo o uso de imunoterapias contra o cancro avançado.
E a conclusão é que os resultados das imunoterapias são muito melhores para os homens do que para as mulheres, qualquer que seja o câncer tratado ou a droga utilizada.
Em média, o ganho relativo de sobrevivência foi o dobro para os homens em comparação com as mulheres.
A equipe afirma que os resultados da meta-análise ressaltam a necessidade de análises específicas do sexo para evitar a extensão errónea para as mulheres dos resultados obtidos principalmente em pacientes do sexo masculino, o que pode levar a um tratamento pior e potencialmente prejudicial.
De fato, nos testes clínicos analisados, as mulheres estavam subrepresentadas. Em metade deles, as mulheres representavam menos de um terço dos voluntários, o que significa que os estudos individuais provavelmente não podem mostrar com segurança a interação entre o sexo e a eficácia do tratamento.
"Sexo e género podem afetar potencialmente a força da resposta imunológica do corpo. Em média, as mulheres mostram respostas imunes mais fortes do que os homens, o que resulta em uma depuração mais rápida dos patógenos, explicando a menor gravidade e a prevalência de muitas infecções em mulheres e sua maior resposta à vacinação do que os homens. Por outro lado, as mulheres representam cerca de 80% de todos os pacientes com doenças autoimunes sistêmicas em todo o mundo.
Os resultados foram publicados na revista médica The Lancet Oncology.(via DS)
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