A campanha eleitoral ainda não começou e já estou enjoado com os preliminares. Reza a tradição que quem faz preliminares enjoativos dificilmente será lembrado por alcançar os píncaros. É espantoso como duas décadas passadas do novo século, com o panorama de consumo dos meios de comunicação todo virado do avesso em relação há meia dúzia de anos (nem vou mais longe), os políticos, salvo raras e honrosas excepções, actuam como no tempo da Idade da Pedra comunicacional.
Entre os incumbentes do Parlamento a falta de imaginação é galopante, o conformismo é reinante, a amnésia é dominante. As campanhas são baseadas em promessas e, em política, já se sabe que promessas leva-as o vento. Uma vez concluídas as eleições, as promessas ficam no saco dos materiais a esquecer.
Mas este ano, nestas eleições para o Parlamento, o que mais me espanta é que não se fale praticamente de corrupção, dos numerosos casos que envolveram deputados, partidos e governantes e que durante meses foram noticiados com destaque e minúcia.
Em vez de ouvirem promessas, os eleitores deviam olhar para o que os eleitos fizeram com os votos que receberam.
O balanço não favorece quem agora pede votos depois de ter estado sentado no Parlamento.
Cada vez que ouvirem um deles a fazer promessas recordem-lhes os casos em que andaram directa ou indirectamente envolvidos, as corruptelas a que fecharam os olhos e as trafulhices que permitiram em faltas, viagens, compadrios familiares.
A política, nesta campanha, está ao nível do WC.
(excertos do artigo de Manuel Falcão J Negócios)
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