«O homem antropomorfiza tudo à sua volta. O mais recente exemplo disso é a extraordinária invenção de parques caninos, como se mesmo os cães sendo cães eles se tivessem tornado as nossas novas crianças.»
Patrícia Fernandes, OBSR
E nesse imparável movimento de extensão do círculo de necessidades, o homem antropomorfiza tudo à sua volta. O mais recente exemplo disso é a extraordinária invenção de parques caninos. Um cão é um cão. Mas isso não chega. Tem de se parecer o mais possível connosco e, sobretudo, sentir a nossa sede insaciável por necessidades. E, por isso, criamos parques em tudo semelhantes a parques infantis – mas geralmente com mais espaço – como se esses animais fiéis se tivessem tornado as nossas novas crianças. Talvez por essa razão devam precisar do dispensável, como se a sua felicidade dependesse disso. Para o homem moderno, não basta um cão ser simplesmente um cão.
Nota: O meio ambiente natural dos animais não é o mesmo para todos eles, quando são forçados a viverem cada vez mais segundo as directrizes, vontades e manias de cada humano é descaracterizar, humilhar e submeter esses indivíduos a hábitos próprios de outra espécie que não a deles, é tentar atrofiar a liberdade natural própria da sua vivência em benefício de qualquer paranóia que passe na cabeça de cada qual.
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