Os cidadãos não se sentem representados num sistema que não aproxima eleitores dos eleitos.
Aos partidos maiores não interessa mudar este estado de coisas. O sistema de representatividade existente favorece-os, enquanto prejudica o surgimento de novas organizações políticas. E, apesar das dificuldades do sistema, o descontentamento com os partidos instalados é tanto que três novos partidos conseguiram chegar ao Parlamento. O PS, que chegou a sonhar com uma maioria absoluta e teve o sonho de atingir 40% dos votos, ficou abaixo dos 37%. Costa foi indigitado primeiro-ministro com um milhão e oitocentos e sessenta mil votos num universo de 10,8 milhões de eleitores inscritos - ou seja, pouco mais de 17% do eleitorado. É a António Costa, claramente o vencedor na menor votação de sempre, que cabe decidir os caminhos do futuro próximo. O cenário não é agradável, vamos assistir a uma radicalização do Bloco e do PCP e a uma permanente negociação do PS. Deixa de haver estratégia para o país, passa somente a haver táctica para um partido conservar o poder. Para onde vai Portugal?
Manuel Falcão, JNegócios
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