Para já, a força de 37% dos votos e, para já, de 106 deputados, permite ao PS desvalorizar o caso de namoro difícil com os seus potenciais parceiros. Pode dizer que é “agnóstico” e que “respeita” quer os acordos escritos, quer a sua inexistência. Não será bem assim. Sem papéis, o partido arrisca-se a perder os tais compromissos escritos que lhe forneciam direcção e previsibilidade. Vai ter muito mais trabalho a negociar à vista. A nova geringonça arrisca-se ser ainda mais geringonça. Por isso António Costa tentará até ao limite defender a estabilidade e o interesse nacional, que ontem associou à garantia de entendimentos. Uma geringonça mais escangalhada e imprevisível não lhe dá jeito nenhum.
Manuel Carvalho, Público
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