Mário Centeno é hoje um ministro isolado, dentro do Governo e no PS, e sem proteção política do primeiro-ministro. Isolado e cercado. É este o contexto em que está a trabalhar na proposta de Orçamento do Estado para 2020, com pressões e influências de todos os lados. Os ministros das Finanças costumam dizer que o orçamento seguinte é o mais difícil de sempre. O de 2020, para Centeno, não será apenas o último, será mesmo o mais difícil, e não é por boas razões.
Mário Centeno é um ministro que tenta resistir ao Governo — à maioria dos ministros que o integram — e ao partido que suporta o Governo, o PS. Não é sempre assim? É, é esse o papel do ministro das Finanças, a conhecida ditadura das Finanças, mas agora há uma enorme diferença, é que Centeno não tem o apoio de António Costa. O primeiro-ministro suporta o ministro das Finanças, mas na prática já o descartou. O ministro das Finanças, esse, está em posição frágil, porque precisa do primeiro-ministro para ser governador do Banco de Portugal. É uma relação política totalmente desequilibrada, foi quase sempre assim, mesmo quando Centeno era o “Ronaldo das Finanças”. Como o outro Ronaldo, agora, Centeno já está muitas vezes no “banco”, sai a meio do jogo e às vezes nem chega a equipar-se.
A opção de Centeno e da equipa das Finanças não é neutra. Para o próprio, mas sobretudo para as contas do Estado e para aario economia do país
António Costa, ECO (ler artigo completo)
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